28 de novembro de 2013

Amigo Secreto

Eu não gosto de amigo secreto. Eu amo ganhar presentes, mas amigo secreto sempre deixou ansiosa.
Especialmente porque eu adoro dar presentes, mas sempre tive um dom para ganhar as coisas mais sem graça.

E tudo começou quando no pré-escolar, minha mãe comprou um liquidificador de brinquedo rosa, que quando apertava um botãozinho a hélice dentro girava. Era o máximo e por mais que eu tenha implorado para eu ficar com ele, eu tive que dar para minha amiga secreta. 
Mas tudo bem eu pensei, e eu ia ganhar outro presente.
E eu ganhei então: uma calcinha. Eu ainda lembro ela era rosa, e não tinha nada de interessante, nem um desenho.
Gente. Que pessoa dá uma calcinha pra uma criança de 6 anos (sem desenhos!!!) .Com essa idade eu odiava ganhar roupa. IMAGINA CALCINHA. 

Na terceira série, eu ganhei um porta-retrato de palhaço do menino que as pessoas que diziam gostar de mim (porque nós eramos os dois gordinhos da sala certo, mesma espécie). Foi meio embaraçoso, mas o porta-retrato até que foi legal comparado com a CALCINHA.

Na quarta série, o presente era do 1,99, eu não lembro o que ganhei, mas dessa vez eu errei feio. Todos os meninos ganharam pochetes e niqueleiras falsas da nike, mas eu tinha achado um bonequinho do Woody, e achei que era o melhor presente. Engano meu. O menino ficou muito chateado, e pelo visto queria muito mais uma pochete da nike, aparentemente ele era velho demais com 10 anos para "bonequinhos" (eu era meio clueless pra essas coisas, tive barbie até os 13). Eu fiquei absurdamente triste por ter feito ele infeliz, e por descobrir que eu era muito criança.

Acho que brinquei de novo na 6ª série, e ganhei um cinto fajuto e mal embrulhado (nessa época a gente já dizia o que queria, e eu pedi um cinto ~de skatista~ de fato, mas as menina obviamente não levou mais do que 5 minutos pra pensar/embrulhar/o presente. Na catequese eu ganhei uma caixinha de música horrorosa, que eu tenho certeza que o guri tinha na casa dele.

Depois de muito adulta eu evitei sempre que podia, mas eu meus amigos decidimos brincar, só que com presentes feitos por nós mesmos. Não tinha muito erro porque todos nós nos conhecíamos.
O primeiro foi um CD com coletânea. O amigo que me tirou, gravou durante a festa  que foi na casa dele (enquanto todos os outros tinham dedicado tempo, criado capas personalizadas e etc), mas tudo bem, foi uma coletânea bem legal. E ele também me deu uma amoeba!!!

Na faculdade, tinha 30 pessoas na sala. E não colocaram meu nome apenas. Eles esqueceram que eu existia. Reflitam, esqueceram que eu existia.

No meu primeiro ano na última empresa que eu trabalhei, eu tirei um dos gerentes de uma das fábricas, e eu nunca tinha visto ele na vida. Ele era mais velho e ~sofisticado~, eu fiquei tão nervosa e ansiosa com isso, que quando ele não apareceu na revelação foi a melhor coisa. Uns dias depois ele ligou para meu setor, mas eu não estava e até hoje não sei se ele gostou ou não (dei um abridor de vinho).
O cara que me tirou não sabia quem eu era (apesar de que ele visitava meu setor todos os dias) e perguntou pra todo mundo quem eu era  (na minha frente). Ele me deu o que eu tinha pedido - um pen drive de 4 gb.

(No outro ano eu não brinquei porque a janta era churrasco e eu era vegetariana, e não queria me envolver com isso. Todos meus superiores falaram que era "só pela brincadeira" e eu estava sendo anti-social, mas essas pessoas não entendem NADA de ansiedade).

Tirando o amigo secreto criativo com meus amigos (que já teve fantoche, bebida etc.), eu continuei evitando, até o ano passado. Eu na Irlanda achei que estava imune. Um dia na sala alguém apareceu com bilhetinhos para o "secret santa".  Eu tirei um guri gente boa que não tenho muito contato, mas quis fazer algo legal. Comprei um sketchbook fofo, desenhei no papel de embrulho e fiz um cartão de natal (nessas horas eu não me importo de me comportar como se tivesse 10 anos). Ele amou o presente. E o guri que me tirou, adivinhem? Decidiu ir para CAMBOJA. Ele desistiu da faculdade e foi passar um ano em camboja. Eu fiquei sem presente. Eu, a única "orfã" no Natal. fiquei sem presente numa brincadeira de trocar presentes

Esse ano eu disse que não queria brincar porque eu tenho muito azar nessa história, mas não teve jeito porque minha turma é muito pequena então eu tive que brincar. Eu me dou muito bem com o pessoal da minha sala, exceto um guri que é insuportável. Pois imaginem que eu tirei?

Para vocês terem uma noção, esse guri já falou para mim que brasileiros são todos preguiçosos, xingou minha escrita à mão, e ninguém consegue conversar com ele por mais de 10 minutos antes que ou ele xingue algo que você gosta, ou discorde de algo porque sim, ou se sinta ofendido por algo que você não disse.
Pois é. Por sorte é uma turma de estudantes de desenho, então acho que ninguém se importa com sketchbooks certo?

Ao menos dessa vez eu fiz um drama enorme por causa do guri que foi pra CAMBOJA, e espero que a pessoa tenha compaixão.









2 comentários:

niih disse...

Ahhh, tadinha de você, Gi!
Mas eu sei como é, também só ganhava presente ruim nessa brincadeira. Até quando foi em família, ganhei um presente daqueles que podia ser pra qualquer um, a pessoa não parou um minuto pra pensar em mim e comprou um genérico. :(
O pior é que também adoro dar presentes e faço cartãozinho e tudo, mas ninguém dá em troca né?
Abraços ~

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